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Reflexões Sobre Identidade Pessoal

Quinta, 17 (Dia 229 – 2023)

Quem, afinal, é você? Quem, afinal, sou eu? Como eu sei quem eu sou? As outras pessoas sabem quem eu sou? Elas têm diferentes ideias de quem eu sou? Essas ideias deles são parecidas ou completamente diferentes? E o que é mais eu, o eu na cabeça deles, ou o eu na minha? E quando eu vou dormir, e perco a consciência por oito horas, e acordo, eu continuo o mesmo eu que eu era quando fui pra cama? Quem sou eu?

Oi. Meu nome é Nilton Roberto. Eu sou um homem afro-brasileiro, heterossexual, leonino. Sou um cara eminentemente urbano, amante de livros, gremista. Não tenho nenhuma tatuagem, e eu acho que mudança climática é o maior desafio que a humanidade já teve. Ainda não sou um empresário, mas sou metido a blogueiro e Youtuber. Atualmente tenho 65, e baseado no que eu pensava sobre 65 anos de idade quando tinha 25, e quando tinha 15, eu deveria saber quem sou eu.

Mesmo assim, eu não sei. Eu posso me descrever o dia inteiro. Eu posso fazer testes de personalidade que validam meu comportamento até as vacas terem bebês vacas, e então essas bebês vacas terem suas próprias bebês vacas e essas três gerações de vacas finalmente passarem pela Expointer, ou pelo matadouro. Mas isso não muda o fato de que quem eu sou é apenas uma história que eu conto pra mim mesmo.

Atendendo Expectativas

isso é apenas como qualquer outra história: subjetiva, e incompleta, e pelo menos um pouco mentirosa. Eu tenho minha maneira de ver o mundo, tenho meus valores, tenho as coisas com que me importo, as pessoas com quem me importo. Todas essa coisas, elas são importantes, elas são reais. Mas de onde elas vem? Certamente não são coisas com as quais nasci. Eu sou eu, agora. Nem sempre fui esse eu. Ao longo da vida, quem eu sou tem sido muito dependente do que as pessoas esperam de mim.

Há uma estranha e inexplicável ligação entre visão ruim e inteligência. Umas das teorias que explica isso, e minha favorita, é que crianças que usam óculos parecem mais inteligentes para os seus pares, para seus pais, e seus professores, e então essa pessoas esperam que eles sejam inteligentes, e então essas crianças são inteligentes. Elas apenas preenchem essa expectativas e se tornam inteligentes.

É certamente bem conhecido que a crença de que uma criança é inteligente poderá resultar em uma criança mais inteligente, mesmo que a crença original fosse falsa. Então como agora eu tenho um monte de pessoas que me lêem, ou assistem meus vídeos, me vem a ideia de que essas pessoas me respeitam, e confiam em mim. Então eu tento me tornar uma pessoa digna desse respeito e confiança. Mas não o tempo inteiro. As vezes eu baixo o palhaço, às vezes sou introspectivo e só quero encarar a parede e cantar.

Em Busca de Sentido

Eu almejo consistência em mim mesmo. mas eventualmente me nego essa simplicidade. Então nós procuramos livros, testes de personalidade, quizes na internet e horóscopos para de alguma maneira descobrir quem somos. Para ver o que outros podem pensar, para nos dizer que estamos fazendo um bom trabalho em nos tornarmos o tipo de pessoa que queremos ser. E para nos dizer que esta tudo bem em ser o tipo de pessoa que você é, mas todas essas coisas são reflexões tão pálidas da indescritivelmente estranha e complexa coisa que é o eu.

Identidade é importante para tentar definir, mas não há um perfeito ideal platônico no qual você está enterrado por baixo de todo o lamaçal. Descobrir quem você é, pelo menos nesse momento em particular, é sobre tentar desvendar quais partes são você tentando preencher as expetativas das outas pessoas para toda a sua vida, quais partes você quer mudar para se tornar melhor, e quais partes você sente que são vitais para você ser você.

Mas pessoas que falam coisas do tipo ”seja você mesmo” e esperam que isso signifique alguma coisa, não sabem que isso não é conselho, isso é uma crise existencial prestes a acontecer. Essas ferramentas que nós usamos para nos ajudar a nos definirmos, para nos ajudar a descobrir quem somos, são boas como ferramentas. Mas não são paredes para nos encaixotarmos em. Você vai acordar um dia e não vai ser o você que você era antes.

E isso vai continuar acontecendo com você até que você morra, o que é meio maravilhoso. Por que viver a vida apenas como uma pessoa, quando você pode ser tantas pessoas diferentes? Talvez um pouco mais assustador, mas assim como um monte de coisas que me assustam, acontece que também pode ser bem divertido.

Para mais reflexões sobre a percepção do eu, clique no link.

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