Domingo, 12
Outro dia eu vim aqui e escrevi sobre o descaso com que a velhice é tratada no Brasil. Entretanto, para ser justo, preciso relatar uma coisa que aconteceu no sábado de Carnaval, quanto tive que dar um pulo ao mercado. Não ganho nada por fazer propaganda, mas vou contar que aconteceu no Via Atacadista, em Bento Gonçalves. Como diria o Tintin, “Tudo começou…” quando eu cheguei com o carrinho na fila do caixa. Caixa para idosos, diga-se de passagem.
Todo mercado tem os caixas que estão sinalizados como “preferenciais para idosos, gestantes, com crianças de colo, etc“, e “na ausência destes, cestos até 10 volumes“. Estão sinalizados, mas ninguém dá bola, quase ninguém respeita. O pessoal quer passar depressa onde haja menos movimento. Então chego eu, no caixa preferencial, com meu carrinho, minha barba branca e minha paciência para esperar. Tirando a pessoa que já estava passando suas compras, eu era o quarto da fila, e ninguém na frente era idoso, ou aparentemente gestante e muito menos carregavam criança de colo.
Iluminação no Mercado
De repente, a menina do caixa começou a por de lado as compras que estavam sobre a esteira e me chamou. “Senhor, senhor| Se o senhor quiser passar, o rapaz lhe cedeu a vez“. Eu até olhei para os lados para ver se era comigo, mesmo, e era. Meio constrangido, falei que sim, queria passar, e as pessoas que estavam na fila abriram para eu me aproximar. Ninguém protestou; ninguém disse nada. Quando cheguei no caixa a menina falou, para mim e para quem mais estava na fila: “Este caixa é preferencial“.
Eu agradeci imensamente ao rapaz que me deixou passar, agradeci para a menina, depois de pagar agradeci de novo ao rapaz, desejei a ambos um bom final de semana e saí. Saí dali com uma sensação de felicidade, não por ter passado na frente das outras pessoas, apesar de estarem na fila de um caixa que não era para elas, mas porque na cidade ainda existe pelo menos uma pessoa que respeita a legislação para idosos.
Talvez o rapaz tenha algum idoso em casa, muito provavelmente tenha algum na família, Mas também pode ser bastante provável que ele tenha consciência de que algum dia estará na mesma situação que eu, ou seja, estará idoso. Espero que quando chegar esse dia alguém também lhe faça a mesma gentileza.
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Para saber mais sobre o Estatuto do Idoso, clique no link.
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